sexta-feira, 6 de agosto de 2010

"Rio Ciclovia"

Olha a Eliane aí com seus filhos Rafael e Vinícios, ela e os guris andam paramentados dos pés à cabeça. Nunca vi uma bike tão carregada de coisas, raquetes de frescobol, bola, brinquedos, capas de chuva e sombrinha. Diz que sai de casa assim (Catete), pois gosta de andar prevenida. Como passa o dia quase todo andando "por aí" leva quase tudo que acha que vai precisar no passeio.
Eliane, acho que você em breve vai precisar trocar essas cadeirinhas... rs. Isso é que é família unida! Ficaram bem nessa foto no final do Leblon com as Ilhas cagarras ao fundo.

"Rio Ciclovia"


Esse é o Severino e sua Barra Forte novinha em folha. Morador do Vidigal, trabalha como zelador num prédio em Ipanema e comprou a bike no mesmo dia que o móvel. Sua esposa foi junto para escolher "o móvel" e a cor da bicicleta.
Pena que tiveram que voltar a pé... Ele estava fulo da vida pois a mulher não queria arriscar derrubar a carga andando no quadro da bike. Liga não casal, haverão outros dias para circularem pelas ruas da cidade.

"Rio Ciclovia"


Esse é o Wilham e sua bike "Ranger". É uma marca americana muito parecida com a famosa Barra Forte da Monark. Ele é professor de yoga (www.yoganapraia.com.br) e dá aulas no Arpoador todos os dias de manhã cedinho. O cara é um guerreiro, assim como a sua bicicleta que usa para transportar seu material de trabalho todos os dias.
Esse é o espírito do carioca que têm visão e é empreendedor, utiliza os melhores meios para realizar a sua obra e ainda de quebra curte a beleza do Rio. Parabéns rapaz! E... Namastê!

sexta-feira, 23 de julho de 2010


Gente adorei essa imagem. Parece uma pintura em movimento ultra rápido.

O estilo é o segredo do sucesso. Circular por aí sem olhar para tráz, desafia nossa segurança onde quer que estejamos. Atenção meninas e meninos ao pedalarem pelas ruas e calçadas da cidade, um olho nos carros e outro nos pedestres.

"A Lorinha da Berlineta"


Quem a vê desfilando na sua "blue caloi" pelas ciclos da via, fica hipnotizado diante da bela combinação. A mente faz um vôo, e uma emoção brota lá do fundo do peito. Surpresa, alegria, beleza e saudade se misturam e em segundos voltamos a ser crianças...

terça-feira, 6 de julho de 2010

"Rio Ciclovia"




Essa é a Maíra desfilando na sua "Brisa" indo à praia em Ipanema. Estava encostada na garagem de um sítio da família na Região Serrana. Depois de uma geral, ela "renasceu" e está rodando melhor que antes, disse. Valeu a pena ficou linda girl. Parabéns!

"Rio Ciclovia"




Saca só o Hugo com essa Peujeot 18 marchas de 1980, o cara é Inglês mora no Rio e sua magrela já rodou alguns milhares de KMs. Europa, EUA e América do Sul. Pensa em traçar uma rota percorrendo todo o litoral do Brasil.

"Rio Ciclovia"




Esse é o Tiago dando um rolé numa das bikes da minha coleção. É uma Vintage Phillips Inglesa de 1946 que também tem uma história bem legal. Um dia eu conto.

" Rio Ciclovia"



Olá amigos!

Estou de volta. A partir de hoje vou adotar o título "Rio Ciclovia" como forma de apresentar as pessoas que conhei nas ciclovias e ruas do Rio. A cada saída para pedalar é uma surpresa, um olhar, uma lembrança e um sorriso. Quando dou sorte, faço uma nova e boa amizade.
Uma delas é o Tiago Leitman, (bike da foto). Esse é o cara! Quando digo "o cara" é porque foi dele a idéia de criar o "Veteran Bike Club". Quando me falou do seu projeto "Passeio Completo" (facebook), eu achei muito legal e botei lenha na fogueira. Ele têm muitas outras idéias, como a de integrar melhor as ciclovias e estendê-las à outras regiões, etc.
A partir desse dia a coisa mudou, vi que meu "hobbie" havia se transformado em algo muito maior e comecei a ver com outros olhos essa brincadeira. Hoje, ao cruzar com gente que têm uma bike antiga (restaurada ou não), eu breco, volto e abordo. A maioria pára e bate um papo contando a sua história com a magrela que exponho aqui, aí peço pra tirar umas fotos e pergunto se posso colocar no Blog.
Dessa forma venho conhecendo pessoas interessantes que de alguma maneira tem algo de bom a passar. Dentre muitas coisas que me dizem, gostam da liberdade que o passeio proporciona, da facilidade de deslocamento e do tempo economizado, gostam de sentir o vento no rosto e de como o exercício faz bem.
É verdade! Poderia ficar escrevendo vários atributos a magrela, mas vou me deter num só. Como meio de transporte ela é ecológicamente correta.
Hoje, vou postar algumas dessas pessoas que conheci e suas raridades. Parabéns à todos, e obrigado!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Que Beleza!




Agora sim ela está pronta para desfilar.

Antes do Restauro







Ela tava no bagaço.

O Encontro

Olá amigos!
Estou de volta para falar um pouco mais dessa amada bicicleta Caloi Berlineta da década de 70. A foto que viram antes é o resultado "quase final" desse processo de restauro, faltando somente adesivos e olho de gato no paralama traseiro. Digo amada não só por mim, mas por todos aqueles que um dia pilotaram essa bike que na época foi um sucesso de vendas do fabricante.
"Papai não esqueça da minha caloi" Inesquecível! Além das cores serem variadas, também os modelos vinham em diferentes versões. Era uma febre, toda criança entre 9 e 15 anos de idade tinha uma e eu me lembro de aprontar muito com ela. Meu irmão mais velho apareceu com uma dobrável em casa, ela estava meio detonada e ele e meu pai fizeram uns consertos, solda no encaixe da dobra e adaptaram um cano horizontal fixando as laterais do quadro. Esse modelo começava a apresentar problema de envergadura do quadro depois de um tempo, dependendo do peso que carregava ele fechava e quebrava embaixo, próximo ao cubo de encaixe do pedal.
Caraca, minha memória tá boa!
Vamos a história: Num belo dia de sol estava eu passeando com minha caranga, um Passat antigo pelas bandas da Zona Oeste quando a vi acorrentada num poste. Não me contive, voltei. Fiquei batendo na porta do sujeito um tempão até que alguém apareceu, ele estava meio sonado e me atendeu esfregando o olho. Boa tarde! Disse eu, essa bicicleta é sua? Quer vender?
"Se conseguir tirá-la daí posso pensar no caso, pois não tenho mais a chave do cadeado" Caramba! E agora? O que fazer? Não saia daí, disse à ele, que já volto.
Fui no porta malas do carro e "tchan" saiu uma serra de ferro que fica no meu Kit básico de ferramentas (como agradeci ter deixado ela por ali). Seu Antônio ficou abismado, olhou para mim meio sonâmbulo ainda e disse que ía preparar um café enquanto eu trabalhava. Caí dentro da corrente e tomei um suador da porra, eu pensei que ía ser fácil... Depois de uns 10 minutos o café chegou, o Tiozinho estava com outra aparência acho até que tomou banho. Consegui abrir o elo! 3PQP. Pedi água antes de beber o café do Seu Antônio, que por sinal estava muito bom.
Enquanto colocava a bike na mala, contei-lhe minha história e o que pretendia fazer com a Berlineta. Olhou pra mim e disse "Sou quinem São Tomé, só acredito veno" e começou a rir.
Vou levar as fotos para ele ver em breve. He, he, he. Me aguarde.

Para mim "hobbie" é uma forma de expressar amor a si mesmo, e ao próximo" Dividir algo pessoal e especial com alguém. Precisa de tempo, dedicação, cuidado, carinho e muita paciência.
Perdemos tanto tempo com bobagens, coisa que não levam a lugar nenhum né mesmo?
Se você gosta de bicicleta, adote uma antiga, ela vai te levar na "Máquina do Tempo" a conhecer lugares, fazer amizades, contar histórias e despertar novos valores. Promove segurança, dá liberdade e alegria de viver.
Se existe alguma na sua garagem, velhinha, que você goste muito, mas não arranja tempo para arrumar, procurar peças, restaurar e botar para rodar. Fale comigo. Posso te ajudar nisso.

terça-feira, 22 de junho de 2010

"Máquina do Tempo"


Meus nobres amigos.
Há algum tempo adotei um "novo" hobbie na minha vida que é recuperar e restaurar bicicletas antigas. Com isso, descobri um universo de links e de pessoas apaixonadas por isso e com muita coisa em comum. As novas amizades me levaram a escrever e dar início ao Blog "Veteran Bike Club" um grupo de pessoas simples, antenadas e que gostam de pedalar suas Vintages pelas ciclovias do Rio de Janeiro. Não distingue sexo, idade ou religião e todos serão muito bem vindos.
Nos encontramos nos finais de semana, as vezes combinamos encontros e passeios, noutras, simplesmente nos cruzamos e pedalamos juntos. Fazemos passeios de curta, média e longa distância. Alguém sempre leva um Kit com ferramentas e Spray tapa buraco pro pneu. Fazemos paradas estratégicas para repor as energias nos bares que estão no "Guia de comida de boteco". Temos que aproveitar enquanto ainda não inventaram a Lei Seca para quem pilota bicicleta (he,he).
Muitas vezes cruzamos com alguém e o percurso muda, porque pedalar é assim, você simplesmente vai... Através desse Blog, gostaria de linkar as pessoas sintonizadas com essa atividade tão prazeirosa que é o prazer de pedalar, independente da bike ser clássica ou não. Como todo início, espero poder contar com a compreensão de todos vocês. Em breve as fotos e vídeos estarão chegando e acompanhando os textos.
Onde tudo começou...
Num belo dia de sol pedalava minha magrela de 24 marchas pela ciclovia do Recreio dos Bandeirantes em direção a Praia da Macumba. Derrepente, cruzei com uma Caloi Berlineta de 1974, reconheci de prima! A cor ainda era original e o tempo parecia não tem passado para ela. Brequei e voltei, fui atrás do carinha.
Era um senhor de uns 60 e tal, ficou surpreso com minha atitude e interesse. Contou que trabalhava como jardineiro numa casa, a patroa solidária lhe deu para que pudesse se locomover melhor e economizar. Disse que precisou de dinheiro e foi vendê-la, mas ninguém queria por ser velha (antiga). O cara do ferro-velho ofereceu R$6,00 e logo iria transformá-la em sucata, ficou triste mas não a pé. Voltou com a bike pra casa.
Pedi pra dar uma volta, ele assentiu e subi naquela relíquia "seca suvaco" aro 20, irada! Foi como voltar no tempo, eu não conseguia mais parar de pedalar e quando me toquei, estava bem longe do Seu Jacinto. Quando voltei, ele sorria e falou "Ó xente gostou mesmo!" ficou falando do conforto de pilotá-la e concordei. Me ofereci para comprá-la, mas ele a princípio recusou, mais ficou curioso pelo meu interesse.
Contei-lhe minha história com uma bike idêntica e o quanto eu tinha gostado dela blá, blá, blá... Ele ficou me olhando e disse que precisava de uma bicicleta, que fosse tão boa quanto a dele e ainda mais veloz. Fudeu! Pensei. Ele queria trocar com a minha, e agora? Como posso remediar? Meti a mão no bolso e juntei uns 40 paus, recusou. Ele continuava olhando pra minha magrela "mega power trail". Ofereci de comprar uma bike numa loja de usadas em troca, ele aceitou. Trocamos telefone, disse que poderia ligar pra mim à cobrar... Nunca mais o vi. PQP! Se me arrependo? Claro!
Levei um tempão pra me recuperar. Essa pequena história ilustra o sentimento que o Seu Jacinto despertou, percorri todas as ruas do bairro em vão, procurei no famoso Terreirão onde disse que morava e nada, a Berlineta da Caloi evaporou.
A saudade dos bons tempos de criança havia voltado e não queria ir embora, eu precisava fazer alguma coisa. Meus olhos de águia ficaram aguçados, pesquisei na rede e li muito a respeito, sondei vendedores e preços. Uma loucura! Tava obcecado pela magrela! Só depois de um tempo é que entendi a mensagem e sosseguei.
Só não imaginava o quanto teria que mudar, renovar, restaurar, reciclar, recriar e por aí vai. Muitas coisas aconteceram desde esse reencontro com o passado, até que num bizarro dia dou de cara com ela de novo...
Essa é uma história que conto outro dia.